Gosto de escrevinhar
Pensando um
Futuro melhor
Que o passado já
Foi
Com dores e penas
Um futuro
Mais ou menos
23/08/2024
Ser-mos alvos
Inertes
Dos avanços enganadores
De falsos visionários
Alvos
Simples
De manhãs ensolaradas
De luzes de tungsténio
Fachada
Inertes
Nos querem insultando
A inteligência
Que nos corresponde como
Seres humanos
23/08/2024
Antes de mais.
Perdom. Meu amigo.
Mil vezes perdom e mesmo assim nom som suficientes.
Porque chego tarde, muito tarde, demasiado tarde, anos tarde.
Em realidade nom chego.
Percebi agora a olhar para a vida, para os nossos tempos, para as nossas ilusons os nossos sonhos, que eu nunca regressei que os que tivemos de fugir nunca regressamos.
A nossa despedida foi naquela estaçom de comboio quando eu saí do nosso Vigo e que mesmo tendo voltado algumha vez anos mais tarde, nunca regressei.
Quando voltei esses anos depois a cidade era outra as gentes mesmo sendo aquelas que conheci outrora nom eram as mesmas (tu mesmo sendo amigo eras outro) e mesmo eu depois de passar anos abafado pola minha situaçom estava diferente e desencontrado daquela vida da maneira de estar.
Agora percebo o meu malestar a minha agonia. Estou só no meio de todos os que me rodeiam pois nunca fui totalmente aceite. Sempre há alguém que olhe o outro, o estrangeiro e logo o insulto.
E tudo isto cansa, meu amigo, e nom tenho com quem desabafar só me restam os mortos, Um amigo tal vez meu pai ou a minha irmá.
As tantas também foi isso que te aconteceu nom ter ninguém para umhas parrafadas, para umhas risas uns abraços e por isso tomas-te a derradeira decissom.
Agora vejo e percebo como nos perdemos e entendo a culpabilidade dumha sociedade que nunca, nem agora, vé para ela e se erige em dona do seu mundo e do seu futuro. Prefere ficar na sombra de um estado, qualquer estado, que é sempre umha organizaçom criminosa em lugar de ajudar os seus indivíduos. Em vez de solidariedade usa-se a ordem do chefe a repressom e a tortura. Enfim deixamos de ser persoas para ser elos dumha corrente bem mandada e dirigida.
É triste ver que tudo é nada e por isso as vezes alguns temos de fugir e nunca regressar ficando aí pendurados em terra de ninguém como se nada fossemos.
Ai meu amigo tanta vida perdida, tantas vidas perdidas para satisfaçom de alguns.
Voltarei aqui falar contigo?
Nom sei já veremos
Falhei
Como ser humano
Em todas as componentes
Afetivo-sociais
Falhei
Militantemente anti
Capitalista/fascista
Revolucionário
De esconder num buraco
Falhei
Pai, companheiro
Amigo
Sou resumidamente
Um falho com pernas
Prescindível
Falhei
Dorme criança
Dorme
De nada serve
Permanecer acordada
Os monstros venhem
Mesmo na vigília
Com os olhos bem abertos
Eles aparecem
Dorme pois
Criança dorme
Que de dia ou noite
Nas sombras
Nas encruzilhadas
Eles axexam
E mordem
Dorme criança
Sono desacougado
Sem sonhos
Deita pois a cabeça
E dorme
Intranquilo sono
Para o futuro
Incerto
Do que te espera
Criança
Sempre em vigília
Mesmo quando dormes
Dorme criança
E deixa fora
Os monstros
14/03/24
Nom consigo
Miserento raiar
De lucidez para ver
Umha pequena frencha
Por onde o futuro fosse
Mais lene e certeiro
Mais amável e sorridente
Nom consigo apertar mais
O peito em sofrimento
Dor aguda nom cardíaca
Nem sei apertar mais o
Cu
Para nom sair a merda
Que merece esta
Acarneirada sociedade
11/2019
Estar por aí
Até chegar ao fim
Calmo, sossegado
Sem pressa
Avançando
Só contra os
Mansos, os vergados
Os serviçais dos amos
Aqueles que cospem
Veneno
Racistas, xenófobos
Machos se os houver
Fascistas
De ideologia ou de açom
Sem ideias, sem convicçom
Chegar ao fim
Sem mais
25/11/2023