Cruce
De persoas
Indiferentes, distantes
Na rua citadina
Escura, fría, suxa
Cruce
Encuanto a cidade
Esmorece
Os poetas se recolhem
E o baleiro
Se apodera
Até a manhá
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
sábado, 27 de setembro de 2014
Vintesete de setembro (aos últimos fusilados do franquismo)
O silenzo é tanto
E a dor tam pesada
Daquelas mortes
De vidas cheias
De cinco por tantos anos
Umha eternidade
De mágoas e choros
Revolta aplastada
Todos os vintesete
Sempre setembro
O silenzo é tanto
E a dor tam pesada
E a dor tam pesada
Daquelas mortes
De vidas cheias
De cinco por tantos anos
Umha eternidade
De mágoas e choros
Revolta aplastada
Todos os vintesete
Sempre setembro
O silenzo é tanto
E a dor tam pesada
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Cair
Cair
Sem mais
Esquecido de todos
Sombra
Do que foste
Com ganas de futuro
Sem perspectivas
Encalhado numha fenda
Das idades
Ideias de estúpidos
Capitalmente sem senso
Nem comúm
Cair
Sem mais
Sempre com os olhos abertos
Sem mais
Esquecido de todos
Sombra
Do que foste
Com ganas de futuro
Sem perspectivas
Encalhado numha fenda
Das idades
Ideias de estúpidos
Capitalmente sem senso
Nem comúm
Cair
Sem mais
Sempre com os olhos abertos
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Umha vida
Corto calmamente
Abrindo a carne
Em finos e delicados pedazos
Para que nom xorre
Como fonte o sangue
Corto sem presa
Prolongando o trabalho
Por umha vida
Abrindo a carne
Em finos e delicados pedazos
Para que nom xorre
Como fonte o sangue
Corto sem presa
Prolongando o trabalho
Por umha vida
Para que quero
Para que quero um reloxio
As horas som todas iguais
De que me serve um calendario
Os anos pasam igual
Para que quero a fala e o ouvido
Estando só
Para que quero a escrita
Se nom incomoda ninguém
As horas som todas iguais
De que me serve um calendario
Os anos pasam igual
Para que quero a fala e o ouvido
Estando só
Para que quero a escrita
Se nom incomoda ninguém
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Gota
Escoito a gota
Pingando paseninha
No cham
Ensanguentado
Do corpo que se esvai
Deixa a vida
Cincenta cheia
De cor
Incendiaria
Com futuros prenhados
De vida
Ceive
Pingando paseninha
No cham
Ensanguentado
Do corpo que se esvai
Deixa a vida
Cincenta cheia
De cor
Incendiaria
Com futuros prenhados
De vida
Ceive
segunda-feira, 31 de março de 2014
Gases
Pús enfase na cousa
Nom tive resultado
Insisti
Fis forza até
Sem poder mais
Case desfalecendo
Expulseivos
Gases
Nom tive resultado
Insisti
Fis forza até
Sem poder mais
Case desfalecendo
Expulseivos
Gases
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Tempo
Se tivera eu o Tempo
Parariao
Num intre
Cheio, carregado
De vitorias
De ledicias, complicidades
Amores e amizades
Se tivera eu o Tempo
Nom subiriam eses
Cretinos e necios
Eses
Da hipócrita vida
Por tras do biombo
Pola frente mentem
Asasinam democraticamente
Se tivera eu o Tempo
Tamém vos teriades
Parariao
Num intre
Cheio, carregado
De vitorias
De ledicias, complicidades
Amores e amizades
Se tivera eu o Tempo
Nom subiriam eses
Cretinos e necios
Eses
Da hipócrita vida
Por tras do biombo
Pola frente mentem
Asasinam democraticamente
Se tivera eu o Tempo
Tamém vos teriades
sábado, 18 de janeiro de 2014
Todos os dias nasce e fenece um poeta
É verdade que assim acontece
E eu de mim falo
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