Asi pola tardinha
No inicio do lusco-fusco
De gris carregado
Sem verbas
Em silencio
Cortante
Venhem em grupos
Violentos
Sem reparos
Aló pola tardinha
Vampiros
Asasinos
segunda-feira, 18 de março de 2013
sábado, 16 de março de 2013
Miseria
Miseria
Rua espida
Conspurcada e suxa
Puta rua
Aqui minha vida
Espalhada
Maltratada, ferida
Pedazos
No cham
Cuspido
Ensanguentado
Miseria
Rua espida
Conspurcada e suxa
Puta rua
Aqui minha vida
Espalhada
Maltratada, ferida
Pedazos
No cham
Cuspido
Ensanguentado
Miseria
quinta-feira, 14 de março de 2013
Chove
Chove hoje
Dentro
E a enchente
Não deixa lugar
Para outras fugas
Se expandirem
Chove dentro
E fica tudo mais
Calado
E seco por fora
Com sulcos
Feitos
De agua e vento
Sinais
De ter feito
O caminho
Por montes e vales
Chove dentro
Fora está
Seco e calado
Dentro
E a enchente
Não deixa lugar
Para outras fugas
Se expandirem
Chove dentro
E fica tudo mais
Calado
E seco por fora
Com sulcos
Feitos
De agua e vento
Sinais
De ter feito
O caminho
Por montes e vales
Chove dentro
Fora está
Seco e calado
Puta da bida
Observo-te
Por entre frinchas
Há anos
Vasculho-te
Apaixonadamente
Por vezes não
Sigo-te
Desperto
Peito apertado
Coração aos pulos
Relaxa
Mais uma etapa
Observo-te
Nas sombras
De perto
Sinto teu sabor
Amargo
Ferroso
Detritico
Puta da bida
Por entre frinchas
Há anos
Vasculho-te
Apaixonadamente
Por vezes não
Sigo-te
Desperto
Peito apertado
Coração aos pulos
Relaxa
Mais uma etapa
Observo-te
Nas sombras
De perto
Sinto teu sabor
Amargo
Ferroso
Detritico
Puta da bida
quarta-feira, 13 de março de 2013
Silencios
Silencios
Sons mudos e xordos
Tecem as linhas
Das vidas
E das nom vidas
Esquecimento colectivo
Masacre, chacina
Sem lamentos
Todo silenciado
Nom há murmurios
Há paus
Das bestas
Silencio
É o Estado das cousas
Silencios
Da vida que arrepia
A espera da hora
Da marcha
Reta final
Em Silencios
Sons mudos e xordos
Tecem as linhas
Das vidas
E das nom vidas
Esquecimento colectivo
Masacre, chacina
Sem lamentos
Todo silenciado
Nom há murmurios
Há paus
Das bestas
Silencio
É o Estado das cousas
Silencios
Da vida que arrepia
A espera da hora
Da marcha
Reta final
Em Silencios
terça-feira, 12 de março de 2013
Aplastadas
Caem violentamente
Aplastadas
Pelo esquecimento
As melhores
Uvas
As mais vivas
As mais cheias
Aplastadas
Por tamanha lousa
Atirada
Com proposito
Fingidos pedreiros
Conversos coveiros
Das uvas
Das melhores uvas
Aplastadas
Pelo esquecimento
As melhores
Uvas
As mais vivas
As mais cheias
Aplastadas
Por tamanha lousa
Atirada
Com proposito
Fingidos pedreiros
Conversos coveiros
Das uvas
Das melhores uvas
Correm
Correm rápidos
Os rios
Mas poucos
Vão dar ao mar
Secam em terra
Sedenta
Depois das violações
Uma, duas
Tantas vezes
Que a justiça
Tinha de chegar
E finalmente
Decepados os violadores
Os rios vermelhos
Correm
Os rios
Mas poucos
Vão dar ao mar
Secam em terra
Sedenta
Depois das violações
Uma, duas
Tantas vezes
Que a justiça
Tinha de chegar
E finalmente
Decepados os violadores
Os rios vermelhos
Correm
Perenne
Aqui perenne
Inutilidade
Escarrada no cham
Por mero acaso
De corpos incontrolados
Sobra que nunca
Encaixa
Nem de forma
Menos de fondo
Vespera do onte
Novidade do nunca
Esquecimento sempre
Inutilidade
Escarrada no cham
Por mero acaso
De corpos incontrolados
Sobra que nunca
Encaixa
Nem de forma
Menos de fondo
Vespera do onte
Novidade do nunca
Esquecimento sempre
segunda-feira, 11 de março de 2013
Quero laçar
Quero laçar
A Lua
Puxa-la para minha beira
Fazer dela um candeeiro
Alumiar assim o caminho
Deixar para trás os pançudos
Sanguessugas de necesidades
Basicamente ladrões
De futuro murcho e escuro
Quero laçar agora
A Lua
Puxa-la e alumiar
A revolta contra a escuridão
Do ser desumano
Mesquinho contador
De moedas, de cabeças
Asqueroso assassino
Dos brotes mais verdes
De todo o jardim
contra ti mando
A Lua
Que a sua luz te cegará
E nos veremos
O caminho
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