segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Olhar

Paso vagaroso
O olhar nos olhos
De quem pola rua
Caminha
Aparentemente sem rumo
Sem procedencia
Paso e nom atopo
Razóm, nem motivo
Para andar
Paso a paso ou a correr
Com esta carga sempre
Mais pesada
As pernas dobranse
E o alento cuase
Um fio de ar
Paso vagaroso
A olhar nos olhos
A vida
Lento e vagarosamente
Desangro-me
Por entre xentes
Milheiros
Deixo um regueiro vermelho
Ardente, fumegante
De cheiro ferroso
Intenso
Ninguém vé nem cheira
O meu eu em chamas
Indo

Sem mais

Mineiro

Sou um mineiro
Abrindo as entranhas da terra
De pico sempre a posto
Vou sulcando o caminho
Procurando o filóm
Que me leve até
Mais além do tunel
Do marasmo

Fulgor

Fulgor
De vida
Tam perenne
E tam esquiva
Fulgor
Que chega
E xa é pasado